A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), em parceria com a Polícia Militar do Amazonas (PMAM), deflagrou a Operação Indecoris, que resultou na prisão de cinco pessoas envolvidas em um caso de extorsão mediante sequestro de um homem de 43 anos, com vínculos com o tráfico de drogas.
As prisões ocorreram entre os dias 31 de março e 11 de abril, sendo a última realizada na terça-feira (15/04). Entre os presos estão uma mulher, de 33 anos, e dois homens, de 31 e 42 anos.
O secretário de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), coronel Vinícius Almeida, enfatizou que o sistema de segurança atua de forma imparcial, independentemente do cargo ou posição social de quem comete um crime. Segundo ele, “quem infringe a lei deve ser responsabilizado e punido judicialmente.”
“A operação teve início com a ação da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam), que prendeu um agente de segurança envolvido em extorsão. O desdobramento da ocorrência levou à prisão de um segundo servidor público. Deixamos claro, com essas prisões, que, como autoridades do Estado, não toleramos irregularidades entre nossos agentes. Parabenizo os policiais militares e civis que atuaram de maneira firme e eficiente na operação”, destacou o secretário.
De acordo com o delegado Ricardo Cunha, titular da DEHS, a Operação Indecoris resultou na identificação de seis indivíduos envolvidos no crime, sendo cinco deles capturados, incluindo dois agentes de segurança. Um dos suspeitos, identificado como Kaike Gomes da Silva, de 26 anos, conhecido como “FH”, segue foragido.
“Após a primeira prisão realizada pela equipe da Rocam, os policiais se dirigiram até a nossa delegacia para formalizar a ocorrência. A partir daí, iniciamos as investigações em conjunto. Durante o processo investigativo, identificamos outros quatro envolvidos, que já estão presos, enquanto um permanece foragido”, informou o delegado.
O delegado Danniel Antony, adjunto da DEHS, informou que o grupo criminoso tinha como alvos pessoas ligadas ao tráfico de drogas. Após a escolha do alvo, os criminosos sequestravam a vítima e a submetiam a tortura.
“Eles seguiram esse mesmo procedimento com a última vítima. Planejaram a ação na noite anterior. No dia seguinte, renderam o homem, o retiraram de seu veículo e o colocaram em outro automóvel, iniciando então o sequestro. Em seguida, deram início às torturas e extorsões, subtraindo da vítima a quantia de R$ 5 mil”, detalhou Antony.
Ainda no dia do crime, os suspeitos tomaram conhecimento de que a equipe da Rocam já estava ciente do caso e realizando diligências. Diante disso, decidiram liberar a vítima.
A PMAM conseguiu identificar e prender em flagrante um dos envolvidos, que conduzia o veículo utilizado no sequestro. Ele foi encaminhado à DEHS, que deu prosseguimento às investigações, resultando na prisão de outros quatro participantes do crime.
O coronel PM Bruno Azevedo, chefe do Estado-Maior da PMAM, afirmou que os procedimentos administrativos já foram adotados para apurar a conduta dos dois policiais militares envolvidos no crime de extorsão mediante sequestro.
“Trago a mensagem do comandante-geral, coronel Marcos Klinger, de que a PMAM não coaduna com os desvios de conduta. Os policiais militares já estão à disposição da Justiça e da polícia judiciária, e estão recolhidos no Núcleo Prisional da PM. A Diretoria de Justiça e Disciplina (DJD) já recebeu orientação para instaurar os procedimentos administrativos para verificar se eles reúnem ou não condições de permanecerem na instituição. É uma mensagem dura, mas ela é necessária, para mostrar o interesse e manifestação que a Polícia Militar tem de bem servir a população”, disse o coronel Azevedo.
Denúncias
A PC-AM solicita que qualquer informação sobre o paradeiro de Kaíque Gomes da Silva seja repassada pelos números (92) 98118-9535, disque-denúncia da DEHS, ou 181, da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM). A identidade do informante será mantida em absoluto sigilo.
Procedimentos
Os indivíduos responderão por extorsão mediante sequestro, tortura, associação criminosa e lavagem de capitais e estão à disposição da Justiça.