Talvez a mais fiel descrição do que sente o fã do RBD neste 25 de agosto de 2023 seja deixar as próximas linhas em branco. Não há palavras suficientes para falar sobre a emoção de ver o grupo de volta aos palcos após 15 anos (ou 14 e um pouquinho) na cidade de El Paso, no Texas, no start da Soy Rebelde Tour.
Tour.
Turnê.
Quem, há poucos anos e em sã consciência, diria que o RBD faria uma série de shows em vários países depois de tanto tempo. Depois da pandemia. Depois de “perder” um de seus integrantes, Alfonso Herrera, seduzido 100% pela dramaturgia.
Quem, há 15 anos, imaginaria um sold out mundial, um palco gigantesco, uma infraestrutura dos melhores artistas da música latina? Da música mundial, quiçá.
Quem, com contas a pagar e uma vida diferente daquela de 2008, seria capaz de cravar que grupo teria oito shows esgotados no Brasil? E mais: que teria entrado na fila quilométrica e esquizofrênica da Eventim para garantir seu lugar na história?
Há momentos na vida em que, simplesmente, não há palavras.
Era 21 de dezembro de 2008 quando o então sexteto fez seu último show em Madri, na Espanha. Um adeus tão sentido que ninguém nunca arredou pé de um fandom estereotipado pela mídia, execrado por seus “rivais”, mas fiel como nenhum outro. Do RBD só fala quem é fã do RBD. Nem se atreva.
Hoje, Anahi, Dulce María, Maite Perroni, Christian Chávez e Christopher Uckermann voltarão ao palco não como os mesmos de 15 anos atrás. Melhores do que naqueles tempos áureos. E sabe por quê?
Há maturidade e muito mais vontade de fazer o melhor. Uma prova disso é Cerquita de Ti, que pode patinar nos números, mas é uma prova fiel de que o grupo está antenado ao mercado e pode conciliar passado, presente e futuro.
Serão mães e tios quarentões no palco texano. Artistas já veteranos que se dão o direito de fazerem aquilo que querem.
Essa, talvez, seja a grande virtude do reencontro do RBD: ninguém precisava dele.
“Ah, mas vai dar dinheiro e quem não quer dinheiro?”. Óbvio ululante e, como diria Nelson Rodrigues, unanimidades são burras. Tem o dinheiro, mas tem paixão. E a paixão a gente vê nas pulseiras da Anahi, no cabelo da Dulce María, nos detalhes que, dia a dia, transportam os fãs para aqueles tempos.
São muitas as provas de que o RBD se reuniu para faturar, sim. Mas, antes disso, para desfrutar.
Hoje é um dia histórico para o mercado latino, antes de qualquer coisa. Quem trabalha nele sabe que muitos dos fãs da Karol G, por exemplo, são fãs porque um dia cantaram Rebelde. Os fãs do Bad Bunny são fãs porque um dia cantaram Ser o Parecer. Os fãs do Maluma estão aí porque um dia existiu Sálvame. Foi uma geração levando à outra.
O RBD sustentou a evolução desse nicho no Brasil nas duas últimas décadas.
Existimos graças a vocês.
Não há outra maneira de terminar esse texto que não seja com um imenso obrigada e um desejo de boa sorte aos tiozões (com todo carinho do mundo) que voltam hoje para entrar para a história.
É hoje! A Soy Rebelde Tour vai começar!