O Ministério da Fazenda e as empresas de apostas querem que Apple e Google liberem apps de bets em suas lojas. No entendimento das autoridades e das companhias, isso ajudaria a combater sites clandestinos. Já as big techs temem que isso prejudique sua imagem.
As informações constam em uma reportagem da Folha de S.Paulo. Segundo o jornal, o governo e as bets querem combater os cassinos virtuais piratas e estimam que cerca de metade das operações ocorrem em plataformas não autorizadas no Brasil.
Em nota, o Ministério da Fazenda disse que “a possibilidade de utilização dos aplicativos por empresas operadoras devidamente autorizadas pode representar uma ferramenta positiva no enfrentamento ao mercado ilegal”. A pasta acrescenta que esta posição “tem sido compartilhada com as lojas de aplicativos”.
A Associação de Bets e Fantasy Sport acredita que oferecer apps em lojas oficiais “permite o filtro prévio das operadoras licenciadas por meio do número da licença ou do domínio ‘.bet.br’, reforça a proteção ao usuário e contribui diretamente para o enfraquecimento do mercado ilegal”.
Essa posição é compartilhada pela Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), que defende que colocar apps de bets na App Store e na Google Play Store ajuda a “criar um ambiente de referência para jogadores que procuram atuar dentro da legalidade”.
O que Apple e Google dizem sobre o assunto
No Brasil, o Google autoriza apenas apps de apostas esportivas em corridas de cavalos e nas loterias operadas pela Caixa Econômica Federal. Em outros países, a empresa libera aplicativos de cassinos e apostas, desde que sejam gratuitos e não usem sistemas de pagamento da empresa.
O Google aponta que é possível instalar apps de outras fontes no Android, como downloads diretos ou lojas alternativas. A Folha observa que algumas bets colocam seus aplicativos para download por meio de seus sites e disponibilizam instruções de instalação.
O jornal também lembra que o YouTube, que é do Google, exibe propagandas de sites ilegais de apostas e de plataformas fraudulentas. A empresa alega que suspende anúncios e bloqueia contas ao identificar violações de seus termos.
A Apple não se manifestou sobre o assunto.
Com informações da Folha de S.Paulo