Nesta sexta-feira (15), Mago de Tarso, o “caranguejo do trap”, apresenta seu novo single, “Mamulengo”, uma fusão entre trap, forró e brega funk que carrega a força das tradições nordestinas e traz um recado para a indústria musical. Inspirado no mamulengo — tradicional fantoche típico do Nordeste, especialmente de Pernambuco — o artista traça um paralelo entre a manipulação das marionetes e a forma como o mercado trata muitos artistas.
“Cresci ouvindo a música ‘Flor de Mamulengo’, da banda Mastruz com Leite. O mamulengo é esse fantoche tradicional da cultura nordestina, principalmente de Pernambuco, e eu quis fazer essa analogia porque, quando lancei ‘Caranguejo do Trap’, todo mundo ficava me pedindo para lançar outra música parecida. Então, fiz ‘Mamulengo’ para falar sobre como, às vezes, o artista acaba virando uma marionete. A faixa começa com o toque da música ‘Flor de Mamulengo’”, comenta Mago de Tarso.
Disponível em todas as plataformas digitais via ONErpm, a faixa, produzida por Prodbythb, é guiada por versos carregados de expressões e ditados populares da cultura nordestina. Ao longo da lírica, o artista combina elementos do trap com raízes culturais de sua região.
“Mamulengo” é mais uma realização da Bagua Records. A música une sample de forró, bateria de brega funk e elementos do trap, resultando em uma sonoridade autêntica e enraizada.
“A produção, feita pelo Prodbythb, segue um estilo de Detroit parecido com ‘Caranguejo do Trap’. A gente quis trazer elementos do forró, como a sanfona, e a música também faz referência à faixa ‘Maco’, de Chico Science e Gilberto Gil”, compartilha o artista.
Mago de Tarso vem se consolidando e construindo uma trajetória original dentro da cena, unindo trap e rap a referências de suas raízes nordestinas, como o brega, o forró, o maracatu e o manguebeat.
Além de estar disponível em todas as plataformas digitais via ONErpm, “Mamulengo” também ganha um videoclipe, que será lançado no canal oficial do YouTube do artista nesta sexta-feira (15), às 12 horas.
Confira a letra de “Mamulengo” (Mago de Tarso):
Nos enxergam como mamulengo,
Povo carente que precisa de dengo,
Como se tudo aqui fosse tengo lengo tengo,
Mas nós tamo na web de dia e de noite com esse sol batendo no quengo
Não aperte minha mente
É assim que eu falo, assim que eu fui criado
Aprendi com Mainha desde cedo ser barril dobrado,
Canto meu estado desde então tô subindo meu saldo
Hoje eu enxergo o que eu só enxergava com olho fechado
Me crucificam por cantar sobre fubá,
Que alimenta gerações e gerações da nossa gente.
Eles tão falando sobre tigrinho, job, não sei o que lá
problemas que eles vão deixar pras gerações daqui pra frente.
Oh Zé mané (4x)
Ih, tô liquidado o pirraia pensou, saiu com a besta fera em busca do prêmio,
Subiu ligeiro demais, que não viram nem a cor,
A cumade ele deixou, que tava no sol de meio dia, olha só que ironia, o que ele mais temia foi o que ele se tornou, pediu desculpa pro senhor.
O sanfoneiro cochila e o forró continua, odiado na pista, o mais amado da rua.
Desemborca a sandália, pela minha coroa, se eu como manga com leite ainda fico de boa.
Bicho papão contando minha história pros filho dormir
Levo minha rainha no peito e nêgo nem sou o Central Cee.
Os cara copia porque mano eu dominei Recife,
Nem com três pulinho de São Longuinho tu acha meu cacife.
Ela quer mentir pra mentiroso, só que na cidade eu sou o mais escamoso,
Cabelin na régua, apelão que nem rugal,
De papo em papo essa galinha cai no grau.
Eu tô na peleja, sem fazer munganga, não entrego a bandeja, não vim pra dá canja.
Esses cara manga, mas eu que sou gaiato. O que é trap real? O que é trap de fato?
Nego não se aperreie pra chamar atenção, lembra que o teu tá guardado, só depende da tua visão.
Muita falsidade, o mangue tá virando lixão, mesmo na politicagem minha filha vai ter o mundo na mão.