A compra da Activision Blizzard pela Microsoft levou autoridades a investigarem o mercado de games, e a principal concorrente pode ser obrigada a compartilhar informações. Em uma nova etapa do processo nos EUA, um juiz quer saber o quanto a Sony paga para alguns jogos serem exclusivos do PlayStation.
A decisão foi de D. Michael Chappell, juiz administrativo chefe da Comissão Federal do Comércio dos EUA (FTC). O órgão está processando a Microsoft para tentar impedir o negócio com a Activision Blizzard.
A empresa rebateu e conseguiu intimar a Sony a revelar documentos, e-mails e registros internos da unidade de PlayStation.
O juiz Chappell deu razão ao pedido da Microsoft. Isso pode revelar detalhes dos acordos de exclusividade da Sony com as desenvolvedoras, incluindo aqueles que impedem que as distribuidoras coloquem jogos no Xbox Game Pass.
O magistrado considera que a natureza e a extensão dos acordos de licenciamento da Sony são relevantes para o processo, já que ele envolve a acusação de uso de exclusividade entre fabricantes de console e desenvolvedores de jogos.
A Microsoft solicitou informações desde 2012, mas Chappell limitou o período de coleta de 2019 até hoje.
Por enquanto, o processo está em fase de coleta de informações. A primeira audiência está marcada para dia 2 de agosto.
Autoridades seguem acompanhando a compra
A compra da Activision Blizzard pela Microsoft foi anunciada em janeiro de 2022 e envolve US$ 70 bilhões, um dos maiores valores da indústria de games.
Com tamanha importância, autoridades levantaram preocupações com as consequências da aquisição para o mercado. A Microsoft se defende, e diz que vai ser bom para todo mundo.
A companhia também argumenta que tem uma participação muito pequena no mercado de jogos, estimada em 10%, e que ela não vai crescer tanto assim com a Activision Blizzard. A fabricante do Xbox promete que títulos como Call of Duty não serão exclusivos de sua plataforma.
A transação deve ser aprovada em breve na União Europeia. A Microsoft fechou acordo para liberar jogos para a Nintendo, e a Nvidia também foi contemplada.
Já a autoridade regulatória do Reino Unido sugeriu vender Call of Duty, já que o jogo é importante, e prendê-lo a uma plataforma poderia criar uma concentração de mercado.
Com informações: The Verge.