Resumo
- O sistema Android emitiu um alerta incorreto de terremoto para São Paulo e Rio de Janeiro, embora não tenha ocorrido nenhum tremor nessas regiões.
- O Sistema de Alertas de Terremoto do Android utiliza sensores em telefones para detectar abalos sísmicos, mas houve uma falha na tecnologia.
- O Google não forneceu uma explicação imediata, e o Centro de Sismologia da USP confirmou a ausência de atividade sísmica.
Os moradores de São Paulo e Rio de Janeiro receberam, durante a madrugada, um alerta de terremoto gerado diretamente pelo sistema Android. Trata-se de um erro: não ocorreu nenhum abalo sísmico nestas regiões. Ainda assim, as pessoas estão acordando na manhã desta sexta-feira (14) e se assustando com a suposta informação diretamente na tela do celular.
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Android possui sistema contra terremotos há anos
O Google, responsável pelo sistema Android, possui há anos iniciativas para detectar terremotos e rapidamente exibir nos smartphones das pessoas. A ideia é que as pessoas na região afetada pelo abalo sejam avisadas o quanto antes para que possam tomar as devidas providências, como se abrigar em locais seguros.
Ainda não se sabe quais destas tecnologias apresentaram falha hoje, mas vamos conhecê-las mesmo assim.
- Serviço de Localização de Emergência do Android (ELS) – O Google trabalha neste sistema desde 2016. Uma grande expansão foi divulgada em 2020, de modo que mais de 800 milhões de pessoas em 29 países foram beneficiadas por telas no Android que ajudam a “reduzir os tempos de resposta a emergências em todo o mundo, melhorando o acesso a informações precisas de localização”.
- Sistema de Alertas de Terremotos do Android – Apresentado também em 2020, este sistema criou o que o Google chama de “maior rede de detecção de terremotos do mundo”. “O Android trabalhou com líderes em sismologia para criar o Alerta de Terremoto. Assim que um tremor é detectado, um alerta é enviado para o seu Android e te dá preciosos segundos para encontrar cobertura ou um local seguro.
- O sistema acima também prevê a participação de todos os telefones Android no planeta. Os aparelhos contam com o acelerador, um tipo de sensor que consegue dizer a movimentação da pessoa no ambiente em que ela está. De acordo com o Google, o acelerômetro também pode atuar como um sismômetro de bolso para detectar abalos terrestres. A beleza do sistema estaria em combinar a informação gerada por diversos telefones simultaneamente para gerar um alerta de terremoto que é propagado para mais gente.
Afinal de contas, o que aconteceu?
Agora que já conhecemos as tecnologias em questão, podemos depreender que um erro no Sistema de Alertas de Terremoto do Android levou o alerta para milhões de pessoas. Os moradores de Ubatuba (litoral paulista), onde seria o suposto epicentro do tremor, estão todos bem. O Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) também não detectou nada, segundo informações da TV Globo.
A falha é tão evidente que a pesquisa por “terremoto perto de mim” na busca do Google mostra tremores nas Ilhas Cayman, no Canadá, na Califórnia e no Arkansas (EUA), mas nada em território brasileiro. Ao menos em tese, o sistema de alerta também ajudaria a abastecer este ambiente controlado pelo Google.
O que diz o Google?
A equipe de comunicação do Google nos disse que está apurando e vai retornar “assim que possível”.
A busca pelo assunto “terremoto sp” está em alta no Google, com mais de 200 mil pesquisas somente na última hora. O interesse das pessoas cresceu mais de 1.000%, de acordo com a ferramenta Google Trends.